Se beber não dirija. Aproveita que a Smirnoff vai pagar o táxi pra casa e se joga na festa da vódega! O Brasil trocou sua nigthlife com a Austrália no projeto de trocas de baladas entre diversos países que a vodca promove hoje (27/11). [Ouça “Around the World”, Daft Punk.] Ontem dei uma zapeada pra ver quais brasileiros vão se apresentar em Sydney, fiquei surpreso e decepcionado que apenas o Bonde do Rolê foi escalado para mostrar aos australianos as delícias da noite paulistana. São Paulo tem centenas de DJs e nenhum vai enfrentar 24h de viagem até Sydney pra sambar e beber caipirinha com os cangurus…
Em compensação, já estão na cidade se deliciando com caipiroskas, vindos da Oceania: Muscles, Bag Raiders, Van She e Tim Poulton. Todos tocam no mesmo palco, numa sequência que inclui ainda Renato Ratier, Coy Freitas e Galaxy IV (Database+Roots Rock Revolution) e o norte-americano Golden Filter. Em outro palco tem os excelentes Holy Ghost! (EUA) e Superpitcher (Alemanha), e ainda Culoe de Song (África do Sul) e Kubba Step (Brasil).
Então na pista “Austrália/Brasil” o som começa bem pra cima, na linha maximal (de forma geral), com Galaxy IV e Muscles. Aliás, Chris Copulos, o tal Muscles, é da turma moderninha australiana bem ligada com sonoridades maximalistas que de 2007 pra cá tem encontrado espaço entre os new club kids ao redor do mundo. Um exemplo brasileiro é a festa Crew, de onde sairam Database e Roots Rock Revolution, que agora assinam juntos como Galaxy IV. Mudando de ares, entra a banda Golden Filter que lançou neste ano o excelente álbum “Voluspa”. As músicas são cheias de climas, mas com uma boa levada pra pista. Que prossegue com um dançante set do produtor Tim Poulton, que costuma fazer mashups misturando hip hop principalmente. Jack Glass e Chris Stracey acabaram de lançar o primeiro álbum do projeto Bag Raiders e o som vem com sotaque afrancesado na linha Daft Punk e Justice combinados. A banda Van She é um dos convidados mais conhecidos por aqui e seguem com uma pegada rock eletrônico. E o que será que o Renato Ratier vai tocar no final disso tudo?
Van She
Muscles
Golden Filter
Tim Poulton aka DJ MIT
Na outra pista do Smirnoff Exchange o minimal techno deve embalar os mais cabeçudos. Quem abre a noite aqui é César Alvarenga com seu projeto solo Kuba Stepp, que já lançou duas co-produções com Daniel Marques pelo selo santista Lo-Kik, o que me parece que deve seguir na linha electro/minimal. Depois tem o sul-africano Culoe de Song com uma macumba minimalista que combina com os sons inteligentes e dançantes da dupla Holy Ghost e do produtor Superpitcher. Ambos enveredam por novos caminhos que remisturam pop rock retrô, electro, nu disco e minimal techno em seus trabalhos. O disco novo do Superpitcher, “Kilimanjaro”, é muito bom e faz o minimal “estilo Kompakt” flertar com disco music. Os holy ghosts Alex Frankel e Nicholas Millhiser são da linhagem DFA novaiorquina e fazem belas canções, como as dos três EPs lançados nesse ano – “Static on the Wire”, “Say my Name” e “Hold On / On Board”. Esse final deve ser o grande momento do festival da vódega. Cheers!
Superpitcher
Holy Ghost!
Culoe de Song
Kuba Stepp
Pista 1
22h00 – Coy Freitas (Brasil)
00h00 – Galaxy IV (Brasil)
00h35 – Muscles (Austrália)
01h40 – Golden Filter (EUA)
02h40 – Tim Poulton (Austrália)
03h00 – Bag Raiders (Austrália)
04h20 – Van She (Austrália)
05h20 – Renato Ratier (Brasil)
PISTA 2
00h00 – Kuba Stepp (Brasil)
01h35 – Culoe De Song (África do Sul)
02h40 – Holy Ghost! (EUA)
04h30 – Superpitcher (Alemanha)
Vai de táxi – Gostei do apoio do festival para pagar parte da viagem de táxi pra quem vai até a longínqua Vila Leopoldina, perto da Ceagesp, na zona oeste. Quem conseguir ligar e marcar o táxi, isto é, se você conseguir entrar nos 5mil km pagos pelo patrocinador, vai ganhar 10km pagos pelo festival. Por exemplo, da Avenida Paulista até o local da festa dá cerca de 15km, então quem pegar nesse ponto vai pagar apenas 5km da viagem. E vale pra ida e volta! Liga pra 3035-0404 a partir das 20h e fala “Smirnoff be there”.
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Naaaaa D-EDGE
Ainda não consegui ir ao D-Edge ver a tão aguardada nova ala do club. Todo mundo elogiou e as fotos mostram três espaços bem bacanas e modernosos. Lembro que os planos começaram em 2006, eu já trabalhava no club desde 2004. No começo de 2007, por ocasião do lançamento do CD “Brazilian Gigolo” com a presença do DJ Hell, Renato Ratier deu entrevista à Ilustrada anunciando a obra, que só agora no fim de 2010 abre as portas. Parabéns a todo o staff do D-Edge!