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percurso do ciclo 2010

Vem chegando o verão e a gente começa a relembrar a estação quente passada, e as outras três estações que deram a temperatura do ano, que já vai terminando. Retrospectiva. Ciclo. É o fim, e também o começo. A gente tenta pegar algumas faíscas, uns flashes (back). Mas também quer esquecer, relaxar, deixar a vida fluir, curtir o novo sol. Na onda da última semana de 2010, me preparo para os 365 dias de 2011 – sempre ancioso pra saber se o mundo vai acabar mesmo em 2012!

Pesquei na memória alguns momentos de 2010, ano final da primeira década do Século XXI.

Mais uma vez a luz de Schwanke se acendou. No dia 17/12 foi lançado em Florianópolis o livro “Percusro do Círculo” que apresenta trabalhos e textos do artista plástico joinvilense Luiz Henrique Schwanke (1951-1992). Mais uma vez a companhia da arte de Schwanke tomou vários dos meus dias neste ano. Primeiro foi o convite para pesquisar e revirar correspondências, textos, projetos e obras de Schwanke para formatar um livro. O belíssimo livro, com dvd do documentário “À Luz de Schwanke” que co-dirigi com Maurício Venturi em 2008, foi mais uma parceria com a amiga Kátia Klock. A publicação tem edição especial da Vanessa Schultz, que caprichou no formato e diagramação. Ainda no verão, “Percurso do Círculo” será lançado em Joinville e São Paulo, mas tem que ter sorte par conseguir um exemplar, já que serão distribuídos cerca de mil  exemplares, a priori para bibliotecas, escolas, universidades e museus de Santa Catarina.

A apresentação dos produtores Azari & III pra poucos – eu entre eles – em festinha íntima em São Paulo foi super legal! Eu ainda tive de chegar nos caras e pedir “please, play Hungry for Power”. A noite terminou em alta!

Entrada do clube Warung

Ah! E teve a primeira noite de 2010 no clube Warung, de frente para a Praia Brava, em Itajaí. Na cabine com Michael Meyer (o dono do selo Kompakt) e Gui Boratto.

O clube Clash virou palco do melhor show do ano – Caribou. A banda do prodígio canadense ….. fez um show memorável com muita energia, imagens bacanas e bela e improvável disposição dos quatro músicos no palco (bateria à frente quebrando todas!). Ouvi e toquei o álbum …. inúmeras vezes! (na foto acima) E vou continuar tocando.

Super-Gêmeos, ativar! Já estava esquecendo da kiriDJinha, primeira festa que eu e Atum promovemos juntos e deu super certo (as usual). O bar Volt não poderia ter sido palco melhor pra festa e fico contente de ter feito ótimos amigos por lá e ter trabalhado com o querido staff do Volt. Dia 13 de janeiro a kiriDJinha retorna com muitos discos velhos, e novos também! Atum e eu esperamos todos lá no bar dos neons!

Patins usados por Laurie Anderson, em São Paulo

E a toda hora lembro de alguma coisa! Dois ícones da arte que tive o prazer de ver – Laurie Anderson e Philip Glass. Duas performances e tanto! Pode até ser que tenha sido meu entusiasmo em vê-los ao vivo pela primeira, isso depois de eu viver facinado com os dois e outros pós-modernos desde os anos 1980. Vi Laurie Anderson tocando violino sobre patins com lâminas congeladas, no CCBB; era o começo pra ver a exposição das obras dela que ao meu ver foi uma das melhores do ano em São Paulo. Tentei ver Philip Glass tocando piano, mas ele estava escondido dentro de uma instalação de Carlito Carvalhosa, na Pinacoteca do Estado. Me restou perambular pelo museu e apreciar as obras de arte ao som de Glass ao vivo! Dois belos momentos das artes em 2010. Ops! Ia esquecendo da exposição de obras de Keith Haring. Foi surpreendente e me despertou ainda mais para o graffiti e a street art nesse ano. Belíssima exposição!

Ainda inacabado, o documentário sobre o bairro do Cambuci estará pronto no começo de janeiro. Dei uma força (roteiro e montagem) pro amigo Fausto Nocetti que dirigiu o doc, que tem como pontos altos um passeio com osgemeos Otávio e Gustavo pelo bairro contando como aprenderam a grafitar e cenas inéditas de um filme 35mm com Alfredo Volpi preparando tintas (têmpera) e tela e dando a primeira pincelada num quadro. Aguardem que vai rolar na TV Cultura!

Tá faltando outras muitas coisas, mas não lembro agora… Feliz Ano Novo!

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nossa laurie anderson aparecida

Laurie Anderson está em São Paulo. Uma das minhas musas dos anos 80 abre mostra no CCBB-SP hoje às 16h. Nessa inauguração ela apresenta a performance “Duets on Ice”, realizada originalmente em 1975. O dueto é feito com um “violino autotocante”, objeto que ela criou e que fica sobre gelo durante a ação. “Eu preciso acabar essa performance de alguma forma e quando o gelo derrete, é o fim, para ela”, contou a artista multimídia à reportagem do site UOL.

Depois da performance, às 18h, ela faz uma palestra sobre seu trabalho e processo criativo, para a qual é preciso se inscrever antecipadamente pelo telefone 3113-3649.

A exposição “I in You / Eu em Tu” ocupa todas as salas do CCBB de São Paulo com objetos, instalações, vídeos, documentações de performances, músicas, desenhos e fotografias. A mostra foi feita exclusivamente para o CCBB, com curadoria de Marcelo Dantas que já trouxe Laurie Anderson duas outras vezes ao Brasil – em 1989 e 2008. Até 26 de dezembro é possível ver as várias facetas da artista norte-americana em São Paulo, em março a exposição vai para o CCBB do Rio de Janeiro. A entrada é gratuita!

É incrível como uma artista como Laurie Anderson, cheia de conceitos e obras políticas, não esteja na Bienal de São Paulo, que versa sobre arte e política nesta 29ª edição. Daí li uma entrevista com ela aqui em São Paulo da qual destaco: “Gostaria de ir à Bienal de São Paulo assim que tiver um tempo. Essas mostras grandes me dão a impressão de não tratarem do mundo da arte, mas do mundo do mercado.” Nada como uma crítica direta e verdadeira. Hoje é dia da criança, de Nossa Senhora Aparecida e de Laurie Anderson!

P.S.: a performace foi muito boa. Laurie tocou violino – ligado a sintetizadores – enquanto o gelo que cobria as lâminas dos patins que calçava ía derretendo. Tava lotado de artistas e adjuntos (críticos, curadores, jornalistas etc.). Ainda ouvi “os urubus da Bienal…” Pena que Laurie Anderson não esteja no pavilhão da Bienal… Enfim, tem uma exposição própria muito bacana, mas alguns trabalhos não estavam funcionando ainda.

 

Andy e Laurie

 

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laurie anderson em são paulo

Acabo de saber que Laurie Anderson vem a São Paulo. Os shows acontecem no Sesc Pinheiros dias 5 e 6 de setembro, mas os ingressos ainda não estão à venda. Fiz um google e achei um texto da colunista Marília Martins, do Globo, datado de 27 de julho sobre Homeland, o show da Laurie Anderson, que segue abaixo. Eu não perco por nada!!!

Assista antes um trecho do novo show da contadora de histórias pós-modernista…

Laurie Anderson acaba de lançar em Nova York um show, chamado “Homeland”, que vai ser apresentado no Brasil. O título chama atenção: a expressão “homeland security” foi popularizada pelo governo Bush depois do 11 de setembro, com a criação de um novo ministério para cuidar da luta contra o terror. É também este o ministério que cuida da política de imigração nos EUA. Numa sessão de perguntas e respostas promovida pelo Lincoln Center com espectadores do show, Laurie disse que escolheu este título exatamente porque queria “pensar sobre o sentido da expressão homeland security hoje nos EUA”. Ela conta muitas histórias no show, como sempre, e desta vez faz muitos comentários sobre política.

Segundo Laurie, depois do 11 de setembro os americanos foram de tal modo influenciados pela “retórica do medo que as histórias contadas por Bush para justificar a guerra não precisavam sequer serem verdadeiras; era preciso apenas dizer que havia um cara mau querendo dominar o mundo”. Laurie acha que chegou o momento em que os americanos desejam virar a página e sair dos anos Bush. Daí o projeto de criticar a associação dessas duas idéias: a de terra natal e a de segurança. O show vai excursionar pela Europa e pela América Latina, mas segundo Laurie com mudanças: “No Brasil, os músicos serão outros. É preciso fazer mudança para apresentar o espetáculo diante de uma platéia estrangeira”.

Do jeito que está, o show tem muitas piadas que se referem à política americana atual, especialmente na corrida presidencial. O tom político vai permanecer, mas a interação com a platéia brasileira vai orientar as mudanças. O marido, Lou Reed, tem participação especial no show, fazendo um dueto com Laurie na música “The lost art of conversation”. Lou, aliás, também é o tema do novo filme de Julian Schnabel: “Lou Reed’s Berlin”, que apresenta a versão cinematográfica de um concerto cuja história se passa na capital alemã.

O disco que acompanha o show de Laurie também se chama “Homeland” e no espetáculo no Lincoln Center vendia-se uma versão em vinil, em compacto duplo, com duas canções novas. Ela também está lançando um livro de histórias construído na forma de um diário todo ilustrado com desenhos, chamado “Night life”. Os desenhos fizeram parte de uma exposição na Sean Kelly Gallery em Nova York, chamada “The waters reglitterized”. Publicado originalmente em http://oglobo.globo.com/blogs/ny/post.asp?cod_post=116306

E pelos bons tempos de Laurie Anderson… O Superman:

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